terça-feira, maio 29, 2007

E então... desistes.

Não considero que a palavra desistir seja vocabulário dos fracos. Por vezes também eu desisti, e olhando hoje retrospectivamente, considero ter tomado uma excelente opção.
Relembro a história do meu último exame do primeiro ano de faculdade. Tinha sido um ano difícil, especialmente a recta final. Estava fragilizada, agarrei-me… ou melhor agarraram-me e deram-me muita força para estudar e mesmo no meio das minhas angústias da altura, recordo serões hilariantes :). Já no fim, quase quase a "chegar lá"…desisti, porque me senti só. Os que mais me tinham acompanhado já andavam debaixo de sol, estendidos numa toalha “de uma qualquer praia perto de si”. A cadeira era das piores, das mais horrendas, também a matéria desmotivava, e quando recebi o telefonema de alguém muito querido a partilhar comigo a felicidade de quem inicia férias depois de exames… então…desisti.
Ao princípio não foi fácil, e em casa todos me diziam :"Vai lá, se não queres estudar mais, não estudes, fecha os livros. Mas vai lá no dia do exame, nunca se sabe”.
A minha auto-disciplina não mo permitiu. Menti (ups).No dia do exame apanhei o comboio bem cedo, desejaram-me boa sorte, fui almoçar com a R. à cantina e ao aproximar da hora do exame fui para o meu quarto alugado e adormeci. Quando regressei ao fim do dia a casa, à pergunta de como tinha corrido, simplesmente respondi: “Mal”.
E sabes, correu tudo bem, porque no dia em que desisti senti-me aliviada, livre, poupei-me de alguma angústia. Eu própria tive a lucidez de considerar que merecia e precisava de parar e descansar… a mesma lucidez que tantas vezes me tem feito abrandar e guardar em lugar seguro as convicções do que realmente é precioso na vida.
Mais tarde (noutro ano) fiz o exame e até tirei boa nota.