quinta-feira, outubro 19, 2006

"Viver todos os dias cansa"

É o título de um livro do Pedro Paixão. Nunca o li, como a tantos outros que ultimamente se atropelam à minha frente e me obrigam a desviar o olhar num desprezo fingido, porque agora só posso ter olhinhos para um :(

Mas aprecio particularmente o título.É que às vezes dava mesmo vontade de carregar no "pause da vida", fazer um intervalo neste jogo mirabulante, ou viver intensamente só dia sim dia não...
Se os dias são todos iguais cansa mais viver... A vida por si só, por vezes já nos tráz umas gotas de "veneno anti-monotonia", outras são-nos "oferecidas" pelos que nos rodeiam e outras cabe-nos mesmo a nós fabricar em laboratório privado. É que uma vida sem surpresas e planos de última hora inesperados é como ter que ver o mesmo filme todos os dias, e eu que só vejo filmes repetidos excepcionalmente!
E a propósito de filmes e sequência dos dias, relembro-me agora de um filme "The history of us" protagonizado pela Michelle Pfeiffer e Bruce Willis, em que ambos como casal têm como hábito partilhar o melhor e o pior dos seus dias. Considero este ritual encantador e enriquecedor, porque pode ser já no meio do cansaço que fazendo uma retrospectiva dos dias, que descobrimos o que nos corrói, o que devemos deitar fora, o que não interessa e o que realmente nos é importante, o que gostamos e o que apesar do cansaço nos faz sorrir...


E tu, já pensaste nos pontos altos e baixos dos teus dias?
(Importa em primeiro lugar que respondas a ti mesm@, porque como escreve o Pedro no livro que dá título a este post, «As pessoas deviam ter mais respeito pelo que não lhes diz respeito») ;)

2 comentários:

Pedro disse...

Hoje quis provocar-te reflexão...

I.
I.1- A capacidade de repetir-se uma monotonia boa chama-se virtude :)
I.2- O que não quer dizer que uma virtude não seja terrivelmente difícil de manter
I.3- Não me parece que o problema esteja na monotonia em si... (visto existirem coisas monótonas que são boas na sua essência)

II.
II.1 Gostei do post do true colors
II.2 A mitologia celta e a tradição judaico-cristã (provavelmente noutros contextos existirá paralelo) associam o arco-iris ao renascer do que estava morto
II.3 (Para auto consumo mútuo muito pessoal) Neste dia escuro (é quando eles surgem)Que pote do tesouro se esconde no outro lado do teu (meu) arco iris? (obviamente não espero verbalização de resposta a esta pergunta)

Não me alongo mais... Já é um fardo pesado pensar honestamente nas respostas que teria de dar no meu contexto pessoal a todas as perguntas que coloquei...

Um beijinho

disse...

Pedro, obrigada pelo teu comment!

"(...)o que devemos deitar fora, o que não interessa e o que realmente nos é importante, o que gostamos e o que apesar do cansaço nos faz sorrir..." - as coisas boas são sem dúvida para repetir. E olha que até sou uma pessoa com algumas rotinas:)

Ainda bem que há arco-íris e "renascimentos" e tesouros que se escondem no pote do outro lado dos arco-íris...:)

Beijinhos